sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O VAZIO EXISTENCIAL: A SOLIDÃO

A solidão é o grande desafio da geração contemporânea. Vivemos cercados de gente e ao mesmo tempo, como numa ilha existencial, profundamente solitários. A solidão não é simplesmente uma questão de isolamento à margem das relações interpessoais, mas uma atitude interna, uma inadequação para os relacionamentos. Há indivíduos solidários que vivem no meio da multidão, mas que não conseguem construir pontes de contato com as pessoas.
Um dos grandes vultos da música popular brasileira, Roberto Carlos, quando interrogado acerca da pior coisa que poderia lhe acontecer, ele respondeu sem hesitar: a solidão. A solidão atinge grandes e pequenos, ricos e pobres, doutores e analfabetos. Emile Durkhaim, famoso sociólogo francês, chegou a afirmar que o suicídio, a maior agressão contra si mesmo, é uma inadequação social. É a incapacidade de inserir-se no convívio social e relacionar-se com as pessoas de modo a criar vínculos de amor e amizade. Vivemos numa sociedade doente. Na mesma proporção em que cresce a população do mundo, aumenta a solidão das pessoas.
Muitas vezes, a solidão não está apenas do lado de fora da família; ela pode estar também dentro dos nossos lares. A televisão ocupou o lugar da conversa ao redor da mesa. A internet preencheu o espaço do diálogo cheio de intercâmbio das idéias. O telefone celular nos conecta com o outro, do outro lado da linha, mas nos afasta daqueles que estão ao nosso derredor. Vivemos no paraíso das comunicações virtuais, mas transformamos esse jardim, cheio de raras belezas, num deserto de relacionamentos vazios e carentes de significados.
Não precisamos jogar pela janela as conquistas da ciência, nem precisamos viver paquerando nostalgicamente o passado, mas precisamos, urgentemente, preservar os valores do passado, usar com racionalidade as conquistas do presente e estabelecer metas elevadas de comunhão para o futuro. Não podemos transformar o conforto da tecnologia em armas mortíferas contra nós mesmos. É tempo de entender que devemos adorar a Deus, amar as pessoas, e usar as coisas ao invés de amá-las. Pessoas valem mais do que coisas. Família é mais importante que sucesso. Relacionamentos sadios na família, na igreja, no trabalho e na escola são melhores do que a solidão na masmorra luxuosa da sofisticada tecnologia contemporânea.
Deus não nos criou para a solidão, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança. Deus é Triúno e plenamente feliz em si mesmo. As três pessoas da Trindade relacionam-se em perfeita harmonia. O projeto de Deus é que vivamos em profunda comunhão com Ele e entre nós. A solidão é uma negação da semelhança divina, uma conspiração contra a vocação celestial. Não somos apenas uma gota desse vasto oceano da humanidade. Não somos apenas rostos sem nomes no meio da multidão; somos especiais, criados de forma especial, cada um com propósito especial, para vivermos de forma abundante, maiúscula e superlativa na realidade bendita, na comunhão íntima e profunda com Deus, com a família e com a igreja.
Deus nos Abençoe!

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