A Dor é um método de Deus?

A pergunta deve exigir uma reflexão antes de ser respondida. A princípio, parece ser óbvia a resposta, pois a dor só pode trazer tristeza e jamais alegria. Dor lembra sofrimento, tragédia, desespero, agonia e tudo de ruim que possamos imaginar. A reflexão deve ser ainda mais apurada quando vivemos momentos difíceis. Olhando para alguns membros do nosso corpo, a igreja, passando por duras provas, no que tange à sua saúde física. Como nos ensina o apóstolo Paulo, quando compara a igreja com o corpo físico, dizendo: “Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele”. 1 Co 12:.26aÀ primeira vista, parece que aqueles que sofrem acabam trazendo alegria para outros. Se olharmos para a pessoa de Jesus Cristo, vemos que a sua terrível dor física e espiritual nos trouxe muitas alegrias. A alegria da profecia se cumprindo, calando aqueles que duvidavam do poder de Deus e da veracidade da Bíblia; a alegria da espetacular vitória sobre a morte, fato jamais visto em toda a história da raça humana; a alegria de podermos desfrutar dessa vitória que nos trouxe vida, demonstrando a justiça que não teríamos como alcançar. “Mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” Rm 3:26.Se olharmos ainda para a vida dos enfermos da nossa igreja, observamos suas lutas contra terríveis enfermidades, suas ausências na comunhão dos cultos, seus sofrimentos pelos tratamentos dolorosos, suas privações da convivência do lar; nada disso poderia nos trazer alegria ao coração. Olhando por esse prisma, a alegria desaparece ante a nossa empatia por eles, pois a dor deles é também a nossa dor. Mas, se olharmos para os seus testemunhos, tudo muda. Então acontece algo que só os crentes em Cristo entendem. Aí vem a alegria de ver a capacitação sobrenatural que Deus concede aos seus filhos. A alegria de vê-los confortados por saberem reconhecer e aceitar que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Somos contagiados pela forma com que eles glorificam a Deus, aceitando que Sua vontade é a melhor, testemunhando juntamente com o apóstolo Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Fp 4.13. Sentimos a alegria de vê-los firmes, sem vacilar na fé, nos encorajando para possíveis provações, que um dia, poderemos passar.Outra forma de alegria que sentimos com os irmãos, é o impacto que seus “dramas” causam aos incrédulos. Muitos ficam admirados com a igreja presente nos hospitais, nos seus lares, manifestando um amor como nunca visto. Ficam admirados em ver como a igreja ajuda, principalmente àqueles sem condições e que, dentro do possível, têm todo o seu amparo.Posso imaginar quantos ainda serão convocados a glorificar a Deus através da dor, que se transforma em alegria. Não para que sejamos humilhados, mas para que o nome do Senhor seja exaltado.

Deus nos abençoe!Pr.

Lic. Rodrigo da Costa Santos.