segunda-feira, 5 de abril de 2010

PASTORAL DA SAÚDE: A AÇÃO PASTORAL FRENTE ÀS NECESSIDADES HUMANAS


INRODUÇÃO
Para a Pastoral da Saúde, ter saúde, não é só estar bem com o próprio corpo, mas com os pensamentos e emoções. É o bem estar espiritual.A Pastoral da Saúde acontece em domicílios, hospitais, asilos, creches, conselhos de saúde, escolas, associações de bairros, sindicatos, em todo lugar que se importa com a saúde. O Agente da Pastoral da Saúde desenvolve um trabalho de anúncio do Evangelho, humanização, prevenção e promoção da saúde, em três dimensões: Solidária; Comunitária e Político Institucional.
EMAÚS: UM CAMINHO PASTORAL
Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos enfermos. Ele sempre mostrou uma predileção especial a eles. Os textos bíblicos que falam a respeitos dessas ações são estimulantes contribuições para o desenvolvimento de “uma espiritualidade” orientada pela ação pastoral. O texto de Lucas 24: 13 - 35, que é centrado na revelação do Cristo ressuscitado aos seus discípulos, narra perfeitamente esse episódio de ação pastoral ou, pastoral da saúde, frente às necessidades humanas.[1]Os dois discípulos de Emaús estavam vivendo um momento de perturbação e angústia. A história dos discípulos e seus sentimentos é semelhantes à experiência de muitos doentes que, frente à perda de sua saúde, sentem o desabamento de suas certezas e esperança. A presença de Jesus nesse cenário e o seu modo de relacionar-se com eles, nos fornece ferramentas que podem guiar o agente Pastoral em sua relação de ajuda com os doentes. [2]A ação pastoral é caracterizada pelo carisma da misericórdia que se manifesta no íntimo do agente Pastoral. É uma resposta às situações específicas de sofrimento humano. Nesta narrativa, do caminho de Emaús, Jesus se prepara para envolver-se nesta realidade, neste cenário humano, assim como o agente Pastoral entra no mistério de pessoas desconhecidas para oferecer sua presença.[3]É interessante que nesta narrativa, as multidões de doentes não vão até Jesus, nesta ocasião é ele mesmo que, deduzindo o sofrimento interior dos dois peregrinos, se aproxima deles, “põem-se a caminho com eles”. Tomar a iniciativa de aproximar-se de quem sofre e pôr-se a caminho junto, é uma característica peculiar do agente Pastoral.[4] A ação Pastoral é tomar iniciativa ante as calamidades humanas; a palavra “iniciativa” significa “estar dentro”, empreender alguma coisa de novo. Onde há iniciativa, conseqüentemente são criadas condições para a transformação e para o diálogo. Ao contrário disso, predomina-se a hesitação e a passividade e as chances do crescimento humano e espiritual desaparecem.[5]Nesta narrativa, Jesus começa um diálogo com uma pergunta. Isto é importante porque a pergunta é um recurso eficiente para abrir conversa: “como está?” “como vão as coisas?” e assim por diante. A reposta nos permite a entrar no mundo do outro e entender um pouco o humor e as preocupações dele. No contexto pastoral devem-se usar técnicas com discernimento. Muitos acreditam que comunicar-se é bombardear com uma chuva de perguntas. Se a ação pastoral for marcada continuamente por pontos interrogativos, corre-se o risco de transformar a visita num interrogatório. O encontro com o necessitado não é um exame. Quando nos apressamos em preencher as lacunas das dores com interrogações, não constituímos um autêntico diálogo. Há outras formas de ação, como um aceno de cabeça, um silêncio respeitoso, um comentário em sintonia com as preocupações do outro, que permitem um diálogo corrente, com maior naturalidade e eficácia.[6]A ação Pastoral também deve estar familiarizada com as respostas verbais e não verbais. As pessoas falam com seus olhos e com a expressão de seu rosto melhor do que palavras. O mapa exterior da pessoa é um guia às suas paisagens interiores, temos que aprender esses traços. No caminho de Emaús, Jesus identifica essas duas respostas, verbais e não verbais. Verbal no tocante a tristeza deles em suas palavras: tinham colocado todas as suas esperanças num homem que acabara pregado numa cruz. O seu trágico e incompreensível fim os tinha transtornado. Não verbal em relação aos seus semblantes melancólicos. As pessoas feridas sentem-se aliviadas quando encontram um modo de contar e compartilhar o que dói e pesa em seu íntimo. O dar valor às angústias escondidas, às perspectivas não esperadas permite dar um respiro aos sofrimentos interiores. O agente Pastoral que sabe escutar, sem se preocupar em dar conselhos ou resolver os problemas do outro, encontrou a chave para entrar no coração e captar a confiança das pessoas.[7]A abordagem Pastoral visa confrontar as idéias que faz com que as pessoas vivam uma fé infantil, alargando seus horizontes e promovendo saúde emocional, física e espiritual.A ação Pastoral de Jesus na vida dos discípulos, fez com que eles insistissem a sua permanência com eles. O diálogo intenso dos dois peregrinos com o desconhecido cria sentimentos de amizade e de confiança. O convite insistente que fizeram – “fica conosco” - é para uma comunhão mais profunda. Estar em comunhão com alguém significa apreciar os seus pontos de vista, modo de sentir e valores.[8]Jesus participou da mesa com os peregrinos, a experiência da comunhão, o ficar com alguém leva a um conhecimento mais profundo. Até o presente momento Jesus era um estranho, mas admirado. Na mesa ele se revela quem é de verdade e é reconhecido no partir do pão.O agente Pastoral, além de criar um clima favorável, em que o doente se sente livre para se revelar, procura também estar atento em perceber e compreender os símbolos de sua fé. Ele valoriza a dimensão litúrgica e os sinais sacramentais que o tornam, nas mãos de Deus, um instrumento do amor sempre presente.
CONCLUSÃO
A ação pastoral não pode limitar-se apenas dentro de quatro paredes, mas deve estar presente em vários lugares e setores da nossa sociedade. Não podemos viver um cristianismo que se prende apenas na “alma”, mas sim que esteja envolvido com toda a integralidade humana. A palavra de Deus é uma ferramenta e um manual indispensável para esta atividade. Pois ela elucida com muita precisão as características do agente pastoral, na atividade da pastoral da saúde, pautada na pessoa de Cristo.Nossa visão deve ser introspectiva, que busca no cerce da alma, descobrir as verdadeiras angústias e crises existenciais de cada ser humano. Neste sentido, o caminho de Emaús tem muito a nos ensinar, pois estar no “caminho” significa estar em movimento, em atividade e em contado com os que sofrem. A ação pastoral surti um efeito positivo na vida daqueles que são marcados pelo sofrimento, pois a resposta delas frente a tal é: “fica conosco”. (Lc 24: 29) Expressando o sentimento de necessidade, cuidado e bem estar juntamente com aquele que se põem a caminho com os necessitados.
Deus nos abençoe!
Pr. Lic. Rodrigo da Costa Santos.
BibliografiaPESSINI, Leocir. Bioética e Pastoral da Saúde. Ed. Santuário. São Paulo, 1989.[1] Bioética e Pastoral da Saúde. p. 96.[2] Idem, ibidem.[3] Idem, ibidem, p. 97.[4] Idem, ibidem.[5] Idem, ibidem.[6] Idem, ibidem. p. 97-98.[7] Idem, ibidem, p. 98.[8] Idem, ibidem, p. 100.

0 comentários:

 
© 2007 Template feito por Templates para Você