quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Teologia e Ecologia

O nosso planeta está passando por um processo de deterioração, isto é, vivemos em dias em que os jornais e noticiários não cessam de transmitir as horripilantes noticias catastróficas com respeito à questão ecológica. Podemos citar exemplos como, ameaças do efeito estufa, extinção do arco-íris, Tsunamis, etc.
Wander de Lara Proença chega a dizer: “Literalmente, a vida em toda a sua biodiversidade pede socorro!”.
É muito preocupante tudo isso que vem sendo nos informado, por dados estatísticos que indicam gravidade na questão ecológica. Nos últimos anos podemos ver que a terra em geral, mas principalmente o nosso ecossistema, que é o interesse desse trabalho, está sendo agredido e violentado. O processo de desmatamento, poluição e extinção estão influenciando e diminuindo a cada dia a nossa qualidade de vida. Diante de tais acontecimentos é, fundamental, que a igreja, que é agente de transformação do contexto histórico em que ela está inserida, comece a contemplar e se preocupar com a ecologia.
Temos como um dos grandes exemplos de deterioração ecológica as mudanças climáticas. Isso ocorre devido à concentração de gases de estufa na atmosfera, principalmente vapor de água, dióxido de carbono, ozônio, óxido nitroso, metano e clorofluorcarbonetos. Os três primeiros que citamos a cima são responsáveis por mais de 50% do efeito estufa. Esses gases normalmente provem de queimadas objetivando os interesses dos agricultores e os desflorestamentos.
O planeta Terra se encontra ameaçado em seu equilíbrio dinâmico, por causa das diversas formas exploratórias e predatórias que os seres humanos se acostumaram. Com relação a este assunto, Leonardo Boff faz o seguinte comentário:
"Em face desta situação global, temos o dever sagrado de assegurar a vitalidade, a diversidade e a beleza de nossa Casa Comum. Para isso, precisamos fazer uma nova aliança com a Terra e um novo pacto social de responsabilidade entre todos os humanos, fundado numa dimensão espiritual de reverência ante o mistério da existência, de gratidão pelo presente da vida e de humildade, considerando o lugar que o ser humano ocupa na natureza".
A bíblia nos apresenta no livro do Gênesis um Deus muito próximo da sua criação, tendo por ela um enorme zelo e cuidado. Deus estabelece um intenso relacionamento com a mesma, “chegando, inclusive, por um ato convocatório, torná-la co-participantes dos seus próprios atos criacionais quando a convida para gerar e preservar a vida”.
Nós precisamos estar atentos e entender, que o fato da humanidade ter sido criada a imagem e semelhança de Deus na narrativa do Gênesis, significa que ele exige atitudes iguais e relacionamentos semelhantes com sua criação; assim como demonstramos ter por ele, como filhos que se doam por amor a seu criador. “Isto equivale a estabelecer com a natureza parceria no processo de recriar e de preservar a vida em toda a sua biodiversidade”.
Somos seres criados por Deus e temos a nossa obrigação de cuidar e preservar do jardim (Terra) onde ele nos colocou. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra (...) E tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para cultivar e guardar” (Gn. 2:7-15). Através deste texto entendemos, segundo a linguagem poética que a bíblia usa para nos transmitir essa mensagem, que a humanidade foi formada do pó da terra, é natureza, e estão ambos inseparáveis no papel de gerar e cuidar da vida.
O que entendemos com isso até agora é que temos um papel importantíssimo a cumprir: de preservar o meio ambiente e lutar contra as ameaças que põe em risco a nossa qualidade de vida e também o nosso planeta. Leonardo Boff diz:
"Finalmente, entre acertos e erros, imensas perplexidades e discretas realizações, toda preocupação ética deve dar centralidade ao destino comum de todos os que participam da aventura terrenal, que significa uma singela participação no sentido misterioso de todo o universo."
O futuro da Terra e da humanidade depende das condições ambientais e ecológicas. Que possamos nos conscientizar da obrigação que temos como cidadãos e igreja, de reverter esta situação para que não haja ainda mais frustrações e desespero com o futuro ecológico da Terra.

BIBLIOGRAFIA
BOFF, Leonardo. Ethos Mundial. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2003.
PROENÇA, Wander de Lara. Práxis Evangélica vol 5. art. O Sábado da Criação e o Conceito Moderno de Progresso. Faculdade Teológica Sul Americana, 2004, pp. 11-35.
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Petrópolis: RJ, Ed. Vozes, 1997.

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