terça-feira, 31 de agosto de 2010

DESAFIO À COMUNHÃO EM TEMPOS MODERNOS

Vivemos em uma sociedade onde o que antes considerávamos moderno, hoje já está sendo superado. Entramos na era da informática e da tecnologia avançada; um tempo em que a mídia massifica, encolhe as distâncias e amplia os horizontes com “estranhas idéias”. Em nossa sociedade, altamente urbanizada, muitos vivem juntos, porém “cada um vive por si”. Os conceitos que temos os modelos que seguimos e até mesmo os comportamentos “da hora” são ditados pelas fantasias que penetram em nossos lares e nossas mentes por meio das novelas, dos filmes e dos programas de TV.
A sociedade pode ser “moderna”, “pós-moderna”, ou qualquer que seja a definição, mas é bom lembrarmos que fazemos parte (nós cristãos) de outra sociedade, cujos valores são “pré”, “pós” e eternamente os mesmos. Somos um povo vivendo no mundo, mas nossos padrões não são deste mundo. Aqui, todos se alienam, individualizam e correm em busca de seus próprios interesses. A nossa meta, entretanto, deve continuar sendo a do amor comunitário, a perfeita comunhão do Pai com seus filhos.
Quando o povo de Deus perde de vista seus próprios valores e incorpora as tendências sociais deste tempo, vários perigos passam a ameaçar a convivência harmoniosa da comunidade cristã. Uma delas é a comunhão superficial.
Podemos citar vários textos das Escrituras que enfatizam uma comunhão sólida e fervorosa, não superficial. Paulo diz: Romanos 12: 10 – 11 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor...” Muitas vezes, há tanta ênfase na estatística e na quantidade dos membros, que o conceito de “qualidade” dia a dia vem perdendo seu valor. As igrejas superlotam suas agendas de tal forma que mal dá para cultivar o conhecimento mútuo, promissor entre os membros congregados. O rebanho do Senhor deixa de ser um nome e passa a ser conhecido apenas como “irmão”. E assim, as pessoas chegam, assistem ao “culto show” e vão embora tão anônimos como entraram.
Jesus se preocupa com o rebanho, com as multidões, mas também com os indivíduos: “ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas” João 10: 3. Como pode haver comunhão, sem que haja entrosamento e verdadeira amizade? O fato é que a igreja vem assimilando, pouco a pouco, esta cultura modernista, na qual uns têm medo de outros, medo de se expor, de se envolver, de se comprometer com qualquer relacionamento sério, duradouro e permanente. Preferem viver na individualidade e na superficialidade cristã, buscando uma religião onde só o que importa é “eu e Deus”, sem qualquer profundidade no relacionamento interpessoal. Esquecem- se de que a vida cristã é “vida coletiva” e que o Deus que adoramos é um Deus “comunitário”, Pai, Filho e Espírito Santo.
Deus nos fez para vivermos em comunhão; 1 Coríntios 1: 9 “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”. Na cultura contemporânea, os relacionamentos estão se tornando cada vez mais fracos e vulneráveis, porque ninguém quer se comprometer, muito menos disposto a renunciar em favor de alguém. As amizades são superficiais e já não resistem aos “trancos da vida”. E quando os membros das nossas igrejas começam a assimilar tais conceitos, tornam-se crentes do tipo “não me toque”, que a qualquer esbarrãozinho, suas bases estremecem e logo se desmoronam. Estão juntos, mas são como equilibristas de um circo que, diante de um pequeno erro desabam e, com facilidade, ficam muito magoados.
Comunhão, sem profundidade e sem compromisso, é algo típico dos nossos dias, mas está bem longe do ideal que Deus planejou para seu povo. O Senhor quer que aprendamos a viver em comunidade: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Salmo 133: 1. Que o Deus que nos chamou a vivermos unidos uns com os outros, transforme nossas individualidades e resistências numa perfeita comunhão uns com os outros.

Deus nos Abençoe!
Pr. Rodrigo da Costa Santos.

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