quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mágoa: Um sentimento aprisionador


Nós sofremos mais por causa das pessoas do que pelas circunstâncias. As pessoas nos fazem chorar mais do que as vicissitudes da vida. Elas nos decepcionam, e nós as decepcionamos também. Os relacionamentos dentro da família, no trabalho e até na igreja, algumas vezes, se tornam tensos. Feridas são abertas na alma e mágoas profundas podem se instalar nos nossos corações. Amizades são rompidas, casamentos são abalados, relacionamentos sólidos entram em colapso. Nesse processo, a comunicação é rompida, o silêncio gelado começa a substituir as palavras de amor e a desconstrução da imagem do outro se torna uma verdadeira ação de desmonte.
O resultado do enfraquecimento das relações humanas é a mágoa. Esse sentimento de amargura se instala no solo do coração e lança suas raízes, trazendo perturbação para a alma e contaminação para os que vivem ao seu redor. A mágoa é a ira congelada. A mágoa é o armazenamento do ressentimento, é entulhar o coração com o rancor, é afogar-se no lodo do ódio, é viver prisioneiro na armadilha da vingança. Quem se alimenta de mágoa não tem paz, não tem liberdade, não tem alegria, não conhece o amor, não tem comunhão com Deus e não pode adorá-lo, nem trazer-lhe oferta no altar. Quem retém o perdão, não pode orar a Deus nem receber seu perdão.
A mágoa é autodestrutiva. Ferimo-nos a nós mesmos quando nutrimos mágoa por alguém. Guardar mágoa no coração é como beber veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Quem guarda mágoa no coração vive amarrado pelas grossas correntes da culpa. Vive aprisionado e adoece emocional, física e espiritualmente.
Há muitas pessoas doentes porque se recusaram a perdoar. Na igreja de Corinto havia pessoas fracas, outras doentes e algumas que já estavam mortas em virtude de relacionamentos adoecidos (1Co 11.3). Tiago ordena aos crentes que confessassem seus pecados uns aos outros para que fossem curados (Tg 5.16). Há muitas pessoas vivendo cativas no calabouço do diabo, prisioneiras do ódio, acorrentadas pela mágoa, cuja vida espiritual está arruinada. Gente que precisa ser liberta da prisão existencial, do cativeiro espiritual.
O salmista Davi orou, pedindo a Deus para tirar a sua alma do cárcere (Sl 142.7). A chave que abre a porta dessa prisão é o perdão. O perdão traz cura onde a mágoa gerou doença. O perdão traz reconciliação, onde a mágoa gerou afastamento. Traz alegria, onde a mágoa produziu tristeza e dor. O perdão restitui aquilo que a mágoa saqueou. Ele é a faxina da mente e a limpeza dos porões do coração. Perdoar é zerar a conta. É nunca mais lançar no rosto da pessoa a sua dívida. É lembrar sem sentir dor, é não retaliar. É pagar o mal com o bem. É abençoar aqueles que nos amaldiçoam. É fazer o bem àqueles que nos fazem o mal. É ser um vencedor; é vencer o inimigo, não com a espada, mas com o amor. Perdoar é sair do cárcere da alma, ser livre, é viver uma vida abundante. É viver como Jesus viveu...
É hora de raiar a liberdade em nossas vidas. A Palavra de Deus liberta: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). Jesus Cristo liberta: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). É hora de sair do cárcere que prende as almas com as grossas algemas da mágoa. É hora de experimentar a liberdade do perdão. É hora de tomar posse da vida abundante que Jesus nos oferece!
Deus nos Abençoe!

0 comentários:

 
© 2007 Template feito por Templates para Você